quarta-feira, agosto 18, 2010

Super Marketing, para salvar o mundo!


O quê? O mundo enfrenta o enorme desafio de se reinventar. Sabemos que estamos a poluir muito mais do que aquilo que o Planeta e o Homem conseguem reparar e, por consequência, a comprometer o futuro das nossas gerações. No entanto, não estamos preparados para mudar voluntariamente, uma vez que ainda não somos capazes de medir a gravidade da situação ou aceitar que a sua resolução dependa da conduta de cada um. Também não podemos esperar que os governos indiquem o caminho, porque a estes tem faltado a coragem para enfrentar os grandes poderes económicos. Assim, não estando a solução nas pessoas por si só, nem nos governos, resta-nos reconhecer a habilidade das empresas em mobilizar os seus consumidores e, nesse sentido, convidá-las a fazer uso da sua voz para mudar o mundo.

Quem? A partir deste cenário é fundamental prestar reforçada atenção a uma disciplina da gestão, cuja intervenção é transversal a qualquer actividade de negócio e tem o propósito de responder às necessidades e interesses da sociedade. Esta área de conhecimento, insistentemente conduzida apenas para fortalecer a actividade de vendas e fazer publicidade, pode ser parte da nossa salvação, desde que de si passem a depender as estratégias de negócio das empresas. A outra parte reside nos agentes que a dão a conhecer, como é caso das instituições de ensino superior e dos profissionais de marketing que formam, assim como das entidades empresariais que aceitem o desafio da responsabilidade social, não para minimizar ou compensar o impacto negativo da sua acção, mas para tomar medidas que impeçam qualquer processo organizacional que coloque em causa a qualidade de vida dos cidadãos e do meio ambiente.

Como? É comummente aceite que a solução para os grandes problemas do mundo começa na formação das pessoas. Deste modo, torna-se imprescindível que os nossos profissionais comunguem, desde cedo, de princípios sociais que os impeça de compactuar com as atrocidades com que o Homem nos tem habituado. Precisamos de programas curriculares que persigam a visão de um mundo melhor, que estimulem o empreendedorismo e inovação social, a protecção e solidariedade ambiental, o inconformismo, a acção, o uso de novos recursos de investigação e comunicação como a internet e os media sociais on-line. Precisamos que a actividade de marketing seja leccionada e reconhecida como um exercício de pesquisa, discussão, consciência, invenção e persuasão, capaz de encontrar argumentos para alterar a conduta das empresas e de manipular o comportamento do consumidor a favor do valor das ideias sociais e do progresso das populações. O desafio passa por romper a forma de estar do mercado, eliminando a actividade económica que se realize com despesa para a sociedade, seja através do processo de criação do produto ou design de serviços, como da função desses bens e respectivo impacto negativo inerente ao seu funcionamento.

Super Marketing. Não é nem pretende ser uma nova variante da disciplina, como o marketing social, o marketing sustentável ou o marketing verde. É um conceito, uma visão, um movimento, que deverá servir de orientação a toda a actividade de marketing e inspirar o melhor trabalho dos heróis que precisamos. Heróis de carne e osso, mortais e sem capacidade de voar, mas com a coragem de apontar mais alto e questionar a forma convencional como pensamos e fazemos. Não podemos esquecer que a Terra nem sempre foi redonda e que impossível já foi visitar a Lua.

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