sexta-feira, novembro 09, 2007

Reflexão - Quinta do MKT III - ESEC

Apreciação à organização do evento

1º - Fantástico painel, aliás, mais interessante, talvez apenas com a presença do senhor Kotler. Só para clarificar e para dar uma noção da grandeza deste acontecimento, dou o exemplo do congresso de estudantes de marketing e comunicação organizado pela appm que custa 50 euros (25 quem for associado) e os oradores falam uma meia hora. Aqui tivemos os mesmos Carlos Coelho, Luiz Moutinho e ainda mais, como o João Pinto e Castro, gratuitamente (entrada gratuita) e pelo dobro do tempo.

2º - Este tipo de eventos e com esta dimensão, são de uma importância estrondosa para a ESEC que deverá aproveitar, e fazer muitas mais coisas destas e nas suas diferentes áreas. Vejamos que estes supra sumos foram todos “angariados” a partir da fantástica obstinação de uma aluna. Bom exemplo, há que apoiar mais, explorar e dar-lhe continuação.

3º - Foi pena a pouca ou nenhuma promoção deste evento em canais de comunicação externos à ESEC (web, imprensa, rádio...). Por uma questão de imagem institucional e pelo valor acrescentado à mesma, ao curso, aos docentes e aos discentes. Quantos de nós terá outra oportunidade tão fácil para ouvir e discutir temas do marketing com os top of the top? E os colegas de outras escolas, o que não teriam dado para ter estado no nosso lugar?

Apreciação aos temas abordados

Brand Taboos – o mais interessante, para mim, de todo o discurso foi a forma como a partir de uma ideia original de falar de marcas se cria um conjunto de símbolos (compreenda-se, construções mentais) daquilo que estas representam para quem as vive (criador e consumidor). E isto das marcas faz-me lembrar toda a filosofia do marketing, que é criar o que é desejado e por isso mais presumível de ser consumido (produzir por medida). Tal como o produtos ou serviços, as marcas devem ser criadas à imagem do segmento alvo e não à imagem do criador (o nome que mais gosta, a cor, etc.)

Marketing molecule – Uma molécula é qualquer coisa muito pura e tem um comportamento totalmente em acordo com as necessidades do seu meio. O que quer dizer que mudando o meio, o seu comportamento deverá acompanhar a mudança. Se o mundo está a mudar, o ambiente está a mudar, as pessoas estão a mudar, os hábitos e as formas de consumo também estão a mudar, porque não mudam as organizações as suas formas de gestão do negócio? Cada vez mais o marketing apresenta-se como uma área transversal a todas as outras. Que estratégias de recursos humanos, de comunicação interna e externa, de logística, se não, integradas? Em primeiro lugar os departamentos de uma organização devem trabalhar em uníssono, e não apenas com o olho no alcance dos objectivos que lhes foram impostos pela administração. Por exemplo, não se pode ter uma estratégia de para a satisfação dos clientes e uma estratégia desinteressada com o bem estar dos colaboradores da empresa nesta. Segundo, o marketing é tão mutável como qualquer outra ciência. Também se dizia que nós tínhamos origem na geração espontânea.Terceiro, é o cliente que gere a sua relação com a marca/empresa, é o CMR ao invés do CRM.
O livro do Seth Godin “ As mentiras do marketing” é um livro interessante porque desmistifica as tais mentiras que, depois diz, o marketing não mente. Hoje, ficámos a saber que afinal mente mesmo, que promete demais, cumpre pouco... Falta transparência nas acções de marketing, genuidade e honestidade de quem as compõe.
E, mais uma vez, as coisas não podem ser pensadas separadamente mas de forma integrada. Penso que é uma filosofia a ser adoptada pela administração de uma organização e não apenas pela forma como departamento de marketing compõe o seu mix.

O marketing ombro a ombro – O grande contributo desta apresentação, foi a de complementar a anterior, com a necessidade do marketing ser genuíno e não mentiroso, corresponder ou exceder e não frustrar expectativas... com... humildade, capacidade de estar ao lado dos consumidores e a partir de uma relação transparente e humana, conhece-los. Maravilhosa ilustração com o caso Lomo, em que são os consumidores que criam a sua relação com a marca.

Teasing marketing – O que é? É todo o conjunto de estratégias concebidas para criar os sentimentos de curiosidade e de expectativa em torno de algo, um evento, um produto, um serviço, qualquer coisa que ainda não se sabe bem o que é. Lembro-me por exemplo dos teasers da nova bebida da 7up, a H2O, os OOOOOOOHHHHHHHH... e ninguém sabia bem o que ia sair dali... e afinal, uma semana depois... descobriu-se que era uma água.
O problema dos teasers é perceber aquilo que é eticamente correcto e não correcto para a captação da atenção do consumidor. Estou a pensar por exemplo no uso de uma mensagem claramente falsa para o incentivo da acção desejada. Para alem de que, criar expectativas significa deixar as pessoas criarem o seu filme de acordo com aquilo que desejam que esteja por detrás do sinal emitido. Ou seja, é estar a aumentar o nível de exigência do esperado.
Para finalizar, e não sei se concordam comigo, mas teasing marketing e sexy marketing são coisas diferentes. O sexy marketing é tão simplesmente tornar o objecto (seja marca, produto ou serviço) mais atraente, elegante, mais irresistível, mais... sexy... para melhor seduzir o indivíduo-alvo. Estou a lembrar-me, por exemplo, na aposta clara do sector tecnológico no público feminino com telemóveis e portáteis cor de rosa.

2 comentários:

Virgínia Coutinho disse...

:) Isto é que é eficácia... a quinta termina ás 18h do dia 8, ainda tens de te deslocar para o porto, e no outro dia ás 11 da manha já tens um super comentário:)

Quanto á divulgação posso acrescentar que foi uma aposta da AE tentar manter o evento para os alunos da escola, de outra forma correriamos o risco de não ter lugar para estes que são o seu core target....

De qq forma no futuro pensar-se-á em algo maior, mas num outro âmbito:)

Bjinhos

Domingos Pereira disse...

estratégia muito fraca para uma sala que nem sempre esteve cheia... :(
Depois do segundo orador, a sala já tinha um enorme buraco no meio da plateia...
E a ideia nem é a de trazer outros alunos de fora... mas dar a conhecer, fazer existir...