Os sistemas convencionais de Gestão interessam-se muito pouco pelo impacto que uma boa gestão das pessoas possa ter nos resultados. As pessoas são tratadas como custos e nunca como um investimento que pode dar grandes lucros. Infelizmente muitas das nossas empresas ainda apresentam sistemas de gestão a que chamaria de alto risco e que poderíamos caracterizar do seguinte modo:
tendência para os resultados a curto prazo;
obsessão em evidenciar os lucros do exercício recorrendo a uma redução de custos “cega”;
grandes cautelas quanto a qualquer aposta na inovação;
estrutura organizativa rígida e muito hierarquizada;
concentração do poder de decisão no topo da hierarquia;
excessiva burocratização dos processos de decisão e de informação;
escassa comunicação e, por consequência, pouca promoção dos valores genuínos da empresa;
predominância das motivações individuais. Pouca ou nenhuma consciência do trabalho em equipa;
a motivação para o trabalho tem mais a ver com o medo de perder o emprego do que com um clima que estimule a participação e a realização das pessoas;
forte impacto das ideias pré-concebidas e rígidas sobre o pessoal;
a formação como a arte de gerir equipas de pessoas é desvalorizada.
vs
16 práticas das empresas que basearam o seu sucesso na gestão de recursos humanos:
garantia de segurança no emprego;
selectividade no recrutamento;
salários mais elevados que os do sector de actividade
incentivos
participação dos trabalhadores no capital social (trabalhador accionista)
partilha de informação
participação e descentralização de poderes de controlo do processo de trabalho
funcionamento assente em equipas que substitui a tradicional organização hierárquica
formação e desenvolvimento de capacidades individuais;
flexibilidade de funções;
eliminação dos símbolos de status que separam as pessoas na empresa (vestuário, espaço físico, etc.);
compressão das diferenças salariais horizontal e verticalmente;
preenchimento dos lugares por promoção interna;
perspectiva de longo prazo (conseguir vantagens competitivas através da gestão das pessoas não é um processo rápido);
medição de resultados;
uma filosofia global e mobilizadora ou visão da gestão (saber para onde se quer ir).
in BILHIM, João Abreu de faria e CASTRO, Isabel Mota, Comportamento Organizacional, caderno de apoio
2 comentários:
Penso que cada vez mais vemos estes aspectos a funcionar nas empresas...o que é claramente positivo.
Se calhar uma formação mais prática na área de RH conseguisse ajudar a trabalhar em prol desta "forma de estar" nas empresas; porque o que nos é dado é muito teórico.
É bastante difícil conseguir coordenar uma quantidade alargada de pessoas, quando a função típica de um colaborador do departamento de RH se prende com vários outros aspectos como a comunicação Interna, promoções, salários, cabazes de natal para clientes quiçá, do que o trabalho nesta orientação estruturada em termos de objectivos, sim, mas também na preocupação com o que é humano, que é o que hoje maximiza a produção.
Acho que se devia fazer um esforço para contrariar a tendência "fácil" de ser comandado de uma forma estanque e repetitiva, pois isso nem para nós é motivador.
De facto gerir pessoas é totalmente distinto de qualquer outro objecto de gestão. Em primeiro lugar poque eu não me limito a comandar tropas, pois também eu sou comandado. Em segundo, não posso esquecer que se trata de um activo humano e de tudo o que isso acarreta... trabalhar emoções, relações, desejos, motivações, avaliações, exigências....etc, etc. Por último, cada pessoa é uma aposta, bem diferente de adquirir uma máquina com a garantia de ser a melhor do mercado.
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