quinta-feira, junho 18, 2009

Cervissus publikus



Estava a ler esta notícia e fiquei com vontade de arriscar aqui um textozito sobre os serviços públicos e a forma como estes são geridos.

Criticamos os serviços de educação (caro, sem a missão de empregar, sem estratégia), da justiça (da lentidão dos processos, do direito a uma defesa correcta e célere não existente), da saúde (do desespero de quem precisa, do mau atendimento, da insuficiência), da segurança (da corrupção que não acaba, da falta de acção)... normalmente pela sua ineficiência e ineficácia, pela filosofia com que a função pública é gerida: sem responsabilidades, sem responsabilizações, sem rigor, visão e transparência.

Eu tenho a minha ideia sobre o assunto e é uma ideia até muito simples, no seguimento do que disse sobre a polivalência. Não se pode pedir a um professor para ser bom professor e bom gestor, ou a um juiz, um médico, ou polícia. Temos profissões para sermos especializados em algo, para suprir uma necessidade que outra pessoa qualquer não poderia fazer. Contudo, temos entendido que apenas um professor pode entender bem a sua escola, o médico o seu hospital e assim por diante. Eu não penso assim.

Hoje, em conversa com um colega meu, e sobre a possível candidatura do Director da TVI para a presidência do Benfica, discutiamos a ideia de que para tal cargo é preciso perceber de futebol. Não sei muito bem o que é que isso significa, mas penso que o que é preciso em primeiro lugar é amar o que se vai fazer e em seguida ter uma visão global da "organização", onde se pretende chegar e como lá chegar. Nenhum bom gestor é um homem nú. Todos se fazem assessorar por vários entendidos.

Uma equipa de futebol tem, só para preparar os jogadores, 1 treinador e adjuntos, treinador de guarda-redes, preparadores físicos... poderia ser tudo feito apenas por uma pessoa só? Provavelmente sim, mas o resultado não seria o mesmo...

O Primeiro Ministro não tem que "perceber" profundamente de todos os Ministérios, pois se assim fosse, quantas formações tinha de ter (finaças, economia, direito, saúde, educação, etc, etc)? O que se lhe exige é uma visão estratégica em como estas áreas se relacionam e produzem os efeitos esperados na população do país.

Bom, e a cereja é esta: que se experimente formar profissionais de comunicação de saúde, como existe a comunicação financeira, comunicação sustentável, etc. Os Hospitais, os Tribunais, as Escolas, e qualquer outra entidade pública deviam e não tenho dúvidas de que venham a ter, muito mais profissionais de comunicação, nomeadamente Relações Públicas especializados e capazes de suprir estas necessidades.

Claro está que qualquer estratégia tem de ser INTEGRADA. Fica a ideia.

ahhh - se tudo pudesse ser feito por todos também podiamos escrever de qualquer maneira, desde que se perceba o que se quer dizer...


Sem comentários: