terça-feira, junho 16, 2009

porque não quero ser polivalente



Aí pelos meus 16 anos, tive uma curta experiência na prática do futebol de competição. Sempre fui um jogador razoável mas...

Certo dia o sr. treinador pergunta-me onde é que gostava mais de jogar. Disse-lhe: onde quiser, jogo em qualquer lado. A mensagem que lhe estava a dar é que até podia ser razoável em várias posições, mas não era bom ou excelente em nenhuma. Da mensagem à realidade foi facil, como não me identifiquei com nada, não me especializei em nada em concreto. Resultado: Joguei poucas vezes, porque fiz falta poucas vezes. Tiveram sempre os vários especialistas aptos.

Por vezes, troco algumas impressões com antigos colegas de curso e fico surpreendido pelo caminho que têm percorrido desde então. Profissionais em gestão de comunicação, RPs, comunicação de marketing, etc, a tirarem formações técnicas em photoshop, programação e outros derivados para... serem mais polivalentes, ou por outras palavras... pau para toda a obra.

Bom, numa altura em que o desemprego cresce bastante, tudo parecem ser armas de combate à situação. Eu acho que não. Designers são Designers, Programadores são Programadores, RPs são RPs, etc são etc. Cada profissão especializada é uma profissão especializada e é assim que trazem mais valor ao seu trabalho. Creio que o importante é ter uma noção actualizada das potencialidades de certas ferramentas, mas isto não quer dizer que seja eu que tenha de saber como faze-lo, pois nunca poderia saber o mesmo que alguém que estudou especificamente o tema do, por exemplo, design e suas ferramentas. Da mesma forma que não se pode conhecer aprofundamente o marketing e suas variações através de um curso de 10 horas.

Podem dizer-me que nem todas as organizações podem sustentar todos esses especialistas ao mesmo tempo. Claro. Têm toda a razão. Mas também há pessoal não especializado para funções mais polivantes ou (mais uma vez) não especializadas e, consequentemente, viradas para resultados menos volumosos. Quando não tenho dinnheiro para um bmw um renauld ou qualquer coisa mais barata e com caracteristicas de rendimento (conforto, durabilidade, segurança, velocidade, etc, etc) diferentes, mas qualquer um dos carros me permitem deslocar de um lugar para o outro de forma mais rápida que a pé.

Penso que o erro é querermos concorrer com especialistas e não especialistas exactamente com as mesmas armas, ou seja, sem nos diferenciarmos. Diferenciar por fazer de tudo um pouco mas pouco de tudo?

Isto está mau, mas as empresas precisam de pessoal especializado e técnico nas várias medidas ou no equilibrio que a sua situação organizacional o permitir. Creio que a mudança está em primeio lugar dentro de nós.


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