A propósito de isto de ser chefe, penso que sê-lo é das tarefas mais ingratas.
Um chefe é como a figura dominante de uma família: pode amar-nos, mas se quiser ver-nos crescer e ter sucesso, tem de nos disciplinar.
Se é difícil formatar alguém desde os primeiros anos de vida (e por formatar incluo ensinar, mostrar como se faz, ser exemplo), é ainda mais difícil quando encaramos pessoas adultas, formadas, com os seus vícios e hábitos. E isto no contexto laboral é complexo.
Passamos hoje em dia por várias empresas, várias pessoas, recolhemos experiências e aprendemos a ser melhores profissionais. Contudo, há quem ainda invista, quem queira relações laborais de longo-termo, que paga pela formação tão naturalmente como nos dá mais uns trocos ao fim do mês pelo subsídio de alimentação. Ainda há quem vincule nos contratos laborais a vontade de querer manter aquele activo.
Recolher o respeito e a simpatia, ser-se suficientemente justo ou tolerante, decisivo nas decisões ou um líder, é coisa que não se aprende do pé para a mão.
A nossa empresa acaba por se tornar a nossa família (ou pelo menos a minha visão romântica tende a ver as coisas por este prisma), assim, é complicado querermos o melhor para os nossos colaboradores e, simultaneamente, mantê-los motivados e dirigidos.
Pessoalmente, penso que a maior parte dos dirigentes peca por dois lados, como os pais na educação dos filhos: ou quando tenta ser o nosso melhor amigo, ou quando nos tenta impôr forçosamente e inflexivelmente um rumo sem auscultar a outra parte.
1 comentário:
não escolhemos os filhos que temos, mas tentamos dar-lhes uma educação à nossa imagem. nas organizações temos o recrutamento, onde se devem identificar os profissionais com o perfil mais adquado à organização. tal como na educação de um filho, trata-se de um processo dificílimo e, infelizmente, descurado.
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